A antiguidade da ocupação humana de Manaus: visto pelos achados arqueológicos
( Carlos Augusto da Silva )
( Eduardo Góes Neves )
A Antiguidade humana na Amazônia remonta aos períodos geológicos final do Pleistocênico e início do Holoceno, no qual houve uma mudança de temperatura na região, e isto possibilitou a agregação da ocupação humana ao longo das margens dos rios, igarapés, furos, abrigos (cavernas) e outros. Neles foram depositados sinais comprobatórios da ocupação, tais como: pinturas rupestres, líticos (pedra polida), pequenos estruturas de fogueiras (trempe), ossos de animais, sementes das espécies vegetais...
Essas evidências começaram a ser percebidas a partir da observação do naturalista brasileiro Domingos Soares Ferreira Pena, que esteve na foz do grande rio Amazonas em meados de 1870.
Em Manaus, a Antiguidade começa a ser referendada, com a identificação e/ou achados, do pesquisador alemão Peter P. Hilbert, que esteve a serviço do Museu Paraense Emilio Goeldi, no baixo rio Negro e rio Japurá, na primeira década de 1950. De posse dos dados escreveu alguns artigos sobre a permanência e ocupação de populações que manipularam áreas chamadas de sítios arqueológicos, nesses locais coletou e resgatou artefatos cerâmicos arqueológicos associados a solos de terra preta, que por outro lado, justifica a permanência de grupos humanos com datas bem recuadas próximo há 2 mil anos, antes a conquista européia do século XVI.
Esse material coletado permitiu a elaboração de duas fases ceramistas ligadas à Tradição Borda Incisa: “Manacapuru”, “Paredão” e uma outra a subtradição denominada “Guarita, ligada à Tradição Policrômica da Amazônia”. As datações radiocarbônicas para a primeira Tradição na Amazônia Central mostram datas do século I d.C. ao século XI d.C. Já a segunda, estaria em uma linha cronológica com datas do século IX d.C. até a conquista portuguesa.
Os achados relacionados às cerâmicas “Paredão” e “Guarita” foram identificados na época no antigo bairro “Paredão” (hoje Colônia Oliveira Machado), no canteiro da obra da Refinaria de Manaus e no aeroporto de Ajuricaba (Ponta Pelada). Como podemos perceber, Hilbert denominou as indústrias cerâmicas referenciando os locais de onde foram retiradas. A subtradição “Guarita” foi denominada em função da pequena casa de segurança do guarda do Aeroporto, daí o nome Guarita, bem como a fase Paredão que teve seu nome denominado também assim, porque havia uma grande parede de cor ocre que se estendia da antiga Serraria dos Pereiras até defronte à Ilha do Marapatá. Atualmente, o sítio está em ruínas, pelas constantes obras realizadas pelas empresas de navegação.
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Fontes: 1. Neves, Eduardo Góes. 2000. Levantamento Arqueológico na Área de Confluência dos rios Negro e Solimões – Julho, 1999 a agosto, 2000. Relatório enviado à Fapesp.
2. SIMÕES, M. Ferreira. 1981. O Inpa e o Museu Goeldi nos 30 ano do CNPq. Acta Amazônica, Manaus, 11(1): Suplemento, mar., 1961.206 p.
Disponível em:
http://www.bv.am.gov.br/portal/conteudo/serie_memoria/00125_antiguidade.php
Pesquisa em 13/08/2010
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( Carlos Augusto da Silva )
( Eduardo Góes Neves )
A Antiguidade humana na Amazônia remonta aos períodos geológicos final do Pleistocênico e início do Holoceno, no qual houve uma mudança de temperatura na região, e isto possibilitou a agregação da ocupação humana ao longo das margens dos rios, igarapés, furos, abrigos (cavernas) e outros. Neles foram depositados sinais comprobatórios da ocupação, tais como: pinturas rupestres, líticos (pedra polida), pequenos estruturas de fogueiras (trempe), ossos de animais, sementes das espécies vegetais...
Essas evidências começaram a ser percebidas a partir da observação do naturalista brasileiro Domingos Soares Ferreira Pena, que esteve na foz do grande rio Amazonas em meados de 1870.
Em Manaus, a Antiguidade começa a ser referendada, com a identificação e/ou achados, do pesquisador alemão Peter P. Hilbert, que esteve a serviço do Museu Paraense Emilio Goeldi, no baixo rio Negro e rio Japurá, na primeira década de 1950. De posse dos dados escreveu alguns artigos sobre a permanência e ocupação de populações que manipularam áreas chamadas de sítios arqueológicos, nesses locais coletou e resgatou artefatos cerâmicos arqueológicos associados a solos de terra preta, que por outro lado, justifica a permanência de grupos humanos com datas bem recuadas próximo há 2 mil anos, antes a conquista européia do século XVI.
Esse material coletado permitiu a elaboração de duas fases ceramistas ligadas à Tradição Borda Incisa: “Manacapuru”, “Paredão” e uma outra a subtradição denominada “Guarita, ligada à Tradição Policrômica da Amazônia”. As datações radiocarbônicas para a primeira Tradição na Amazônia Central mostram datas do século I d.C. ao século XI d.C. Já a segunda, estaria em uma linha cronológica com datas do século IX d.C. até a conquista portuguesa.
Os achados relacionados às cerâmicas “Paredão” e “Guarita” foram identificados na época no antigo bairro “Paredão” (hoje Colônia Oliveira Machado), no canteiro da obra da Refinaria de Manaus e no aeroporto de Ajuricaba (Ponta Pelada). Como podemos perceber, Hilbert denominou as indústrias cerâmicas referenciando os locais de onde foram retiradas. A subtradição “Guarita” foi denominada em função da pequena casa de segurança do guarda do Aeroporto, daí o nome Guarita, bem como a fase Paredão que teve seu nome denominado também assim, porque havia uma grande parede de cor ocre que se estendia da antiga Serraria dos Pereiras até defronte à Ilha do Marapatá. Atualmente, o sítio está em ruínas, pelas constantes obras realizadas pelas empresas de navegação.
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Fontes: 1. Neves, Eduardo Góes. 2000. Levantamento Arqueológico na Área de Confluência dos rios Negro e Solimões – Julho, 1999 a agosto, 2000. Relatório enviado à Fapesp.
2. SIMÕES, M. Ferreira. 1981. O Inpa e o Museu Goeldi nos 30 ano do CNPq. Acta Amazônica, Manaus, 11(1): Suplemento, mar., 1961.206 p.
Disponível em:
http://www.bv.am.gov.br/portal/conteudo/serie_memoria/00125_antiguidade.php
Pesquisa em 13/08/2010
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